Habituei-me a chorar
com a mesma naturalidade com que me rio.
O choro lava a alma, pendura-a cá fora,
desfraldada e meia abandonada,
para depois – quando já está enxuta – lhe cheirar o ar fresco
que emana e então guardá-la de novo no peito.
São as lágrimas a sair e as lembranças a entrar.
Enquanto a felicidade Ă© um presente,
não há necessidade de recordar.
Porque se tem. Nem sequer há necessidade de suspirar com a ausência.
Porque se vai ter de novo. Ainda assim, sempre suspirei por ti.
Antes mesmo de te conhecer, já imaginava que existias.
Agora há um aço duro que por vezes me perpassa sem dó,
mas antes isso do nunca ter tido estrelas no olhar.
Autor da mensagem: Desconhecido
Contribuição: Denise Carreira
|